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Agosto foi o pior mês da pandemia em Rio Preto

Com 7.936 casos (256 por dia) e 188 mortes (seis a cada 24 horas),  o mês de agosto foi o pior da pandemia em Rio Preto. Segundo a Secretaria de Saúde, cidade totaliza 16.957 ocorrências e 428 óbitos.

O mês de agosto foi o pior da pandemia em Rio Preto. É o que mostram os dados da própria Secretaria de Saúde. Nos 31 dias, foram confirmadas 188 mortes, uma média de seis por dia, uma vida perdida para a Covid a cada quatro horas. Em julho, que havia sido o pior mês até então, foram 160 mortes – 28 a menos, quase uma a menos por dia. No total, 428 pessoas morreram na cidade.

Agosto também foi o mês em que mais casos foram confirmados pela Secretaria da Saúde. Foram 7.936 notificações com resultado positivo, uma média de 256 a cada 24 horas. Em julho, haviam sido 6.395.

No domingo e na segunda-feira, últimos dois dias do mês, foram registradas dez mortes e confirmados 129 casos. Os óbitos são recentes, pois os laboratórios priorizam os resultados dos exames dos pacientes que estão hospitalizados, em estado grave. Já os casos podem ser notificações de outros dias e até semanas.

“A gente tinha expectativa que julho e agosto iam ser os piores meses”, diz André Baitello, assessor da Secretaria de Saúde e membro do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus. Segundo ele, como o número de casos foi grande em julho, consequentemente em agosto seriam registradas muitas mortes. O médico estima que em setembro ainda haverá muitas vítimas fatais. “Mas a tendência é de queda. Está diminuindo o número de casos. Lentamente, mas está caindo. Isso vai ser refletido principalmente na segunda quinzena de setembro, queda nas internações e nos óbitos. Acho que essa primeira quinzena de setembro ainda vai refletir agosto com bastante internações e óbitos”, acredita.

Baitello reforça que é preciso um tempo para que a descendência seja sentida de fato, mas o Comitê acredita que o pico já passou. Ainda assim, é importante lembrar que o vírus continua circulando e que, portanto, todos os cuidados de prevenção continuam sendo necessários.

São 16.957 casos confirmados no total. Desses, 13.770 (81,2%) são considerados recuperados, porque apresentaram os sintomas há pelo menos 14 dias e já não têm mais sinais da doença. Apresentaram síndrome respiratória aguda grave (SRAG) 10,7% dos pacientes – 1.822 deles precisaram de hospitalização, incluindo os que foram a óbito.

A Secretaria da Saúde fala em queda na curva da pandemia. Isso se confirma no número de casos – na última semana, a média móvel ficou em 209,71 novas ocorrências por dia, uma tendência de queda. A média móvel de mortes ficou em 6,14 vítimas fatais, em média, por dia na última semana.

O secretário de Saúde, Aldenis Borim, disse em lives que o número de mortes reflete o pico de notificações positivas da doença, ocorrido há algumas semanas. A internação ocorre, em média, sete dias após os primeiros sintomas, o que significa que os pacientes demoram em média uma semana para apresentar os primeiros sinais de gravidade da doença – geralmente, o primeiro sintoma de que a situação está se agravando é a falta de ar. Esse tempo, conforme dados da Saúde, já chegou a 28 dias.

Depois da internação, o paciente permanece, em média, 11 dias hospitalizado até a data do óbito. Esse tempo, no entanto, já chegou a 52 dias.

Rio Preto tem recorde de internações: 412 pacientes

Rio Preto registrou neste domingo, 30, recorde de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Conforme a Secretaria de Saúde, eram 412 hospitalizados com problemas pulmonares severos – a pasta não informou quantos tinham coronavírus confirmado, mas que 279 estavam em enfermaria e 133 em unidades de terapia intensiva (UTI).

A ocupação de leitos de alta complexidade no Departamento Regional de Saúde (DRS) voltou a subir, chegando a 77,8% nesta segunda-feira, 31, com 83 novas internações nas 102 cidades da região em 24 horas. O índice permanece acima dos 75% – é preciso estar abaixo disso para que a região migre para a fase amarela do Plano São Paulo, que permite maior flexibilização do comércio, com abertura de bares, restaurantes e academias, com restrições. A atualização está prevista para a próxima sexta-feira, 4 de setembro. A ocupação dos leitos de enfermaria, que não é levada em consideração pelo Plano São Paulo, é de 58,8%.

No Hospital de Jaci, que tem dez vagas de UTI dedicadas a pacientes rio-pretenses, houve uma leve desocupação em relação ao que vinha sido apresentado nos últimos dias, em que a ocupação ficava em 90%. Nesta segunda-feira, 31, havia cinco pacientes internados.

No Hospital de Base, boletim divulgado nesta segunda mostra que 121 pacientes estavam internados no domingo em leitos de UTI – uma taxa de 88,3% de ocupação. Na Santa Casa de Rio Preto, eram 38 pacientes – taxa de 97,4% de ocupação. (MG)

Leitos

Departamento Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto até 31/8/2020(inclui 102 cidades)

Ocupação de leitos na DRS

  • Enfermaria: 58,8%
  • UTI: 77,8%
  • 83 novas internações no dia 31/8

Ocupação de leitos no Estado

  • Enfermaria: 37,3%
  • UTI: 54%

Internações de pacientes de Rio Preto em 30/8

  • 412 pacientes – com Covid confirmada ou com suspeita
  • Enfermaria: 279
  • UTI: 133

Hospitais de Rio Preto

Hospital de Base (inclui pacientes da região)

  • Enfermaria (180 vagas): 88 pacientes (48,8% de ocupação)
  • UTI (137 vagas): 121 pacientes (88,3% da ocupação)

Hospital da Criança

  • Enfermaria (30 vagas): 10
  • UTI (14 vagas): 0

Santa Casa

  • Enfermaria (59 vagas): 47 pacientes (79,6%)
  • UTI (39 vagas): 38 pacientes (97,4%)

Hospital de Jaci

  • UTI (dez vagas): 5 pacientes
  • Enfermaria (22 vagas): 4 pacientes

UPA Jaguaré

  • UTI (30 vagas): 19 pacientes
  • Enfermaria (15 vagas): 7 pacientes

UPA Santo Antônio

  • UTI (8 vagas): 0

UBS Anchieta

  • Enfermaria (20 vagas): 7 pacientes

Vinte cidades registram óbitos

Outras 20 cidades da região confirmaram mortes por coronavírus. Catanduva registrou mais sete, chegando a 99. Em Mirassol, foram mais três, totalizando 24.
Cosmorama, Mendonça, Olímpia e Tanabi confirmaram mais dois óbitos cada.Américo de Campos, Bady Bassitt, Bebedouro, Cardoso, Cedral, Fernandópolis, Macaubal, Meridiano, Monte Azul Paulista, Novais, Novo Horizonte, Pirangi, São João das Duas Pontes e Severínia também registraram óbitos pela doença.
Além disso, as prefeituras de Ipiguá e Guapiaçu comunicaram o erro de um dos óbitos dos boletins epidemiológicos. As cidades têm, respectivamente, cinco e 18 mortes.
(Colaborou Ingrid Bicker)
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