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Ceratocone: O que é e quais os cuidados para evitar

O Ceratocone, é uma condição verificada quando a córnea, tecido transparente da superfície anterior do olho fica mais curva e fina do que o normal. No Brasil, são registradas cerca de 150 mil ocorrências ao ano, o que a coloca como doença rara, mas capaz de levar à cegueira.

Por ser uma doença de causa genética, com surgimento comum durante a adolescência, sem aviso prévio e sem que nenhuma medida de prevenção tenha se revelado eficaz até hoje, o Ceratocone é uma doença possivelmente inflamatória, degenerativa, que provoca o afinamento da córnea, a camada mais externa do olho, que assume um formato de cone.

Sua evolução clínica pode ser verificada em adolescentes e adultos jovens, com estabilização por volta dos 40 anos. De acordo com a Dra. Juliana Freitas, coordenadora do Departamento de Córnea do D’Olhos Hospital Dia, “A condição para o desenvolvimento do Ceratocone nasce com a pessoa, mas seu desenvolvimento se verifica, habitualmente, entre os 15 e 25 anos”.

O desenvolvimento da doença pode ser mais ou menos agressivo e, para cerca de 25% dos pacientes, pode significar a necessidade de um transplante de córnea.

Nos casos mais graves, sem tratamento ou qualquer tipo de acompanhamento, o Ceratocone pode levar à cegueira completa.

Sintomas e Diagnóstico

O sintoma mais comum do início do Ceratocone é a perda progressiva da visão. “Este problema pode ser inicialmente confundido com várias outras alterações no olho, como astigmatismo. Outro aspecto bastante comum é o paciente apresentar coceira nos olhos”, explica Dra. Juliana.

Qualquer sintoma estranho deve ser levado para o médico. O diagnóstico do Ceratocone é feito através do exame de tomografia corneana. “Nos estágios iniciais, a doença pode ser corrigida com óculos. Depois, passam a serem necessárias novas técnicas, como a lente corretiva dura ou o anel intracorneano”, afirma Juliana Freitas. Se há sinais de progressão da doença, há tratamento para a estabilização do Ceratocone, que é o crosslinking.

Hoje em dia, com o diagnóstico tomográfico cada vez mais precoce, há grandes chances de a visão ficar boa com o tratamento de estabilização da córnea e lentes de contato, ou implantes de anéis intraestromais. Com isso, a necessidade de transplante de córnea caiu muito nesta doença.

O padrão ouro é o diagnóstico e tratamento precoces, principalmente quando há familiares com a doença. E é fundamental tratar qualquer alergia associada, pois o ato de coçar pode levar a quebra das fibras de colágeno da córnea, piorando o Ceratocone.

Tratamento

“O uso de lentes de contato rígidas ajuda a regularizar a superfície da córnea e, com isso, melhora a visão. A lente de contato rígida era considerada muito incomoda antigamente, mas hoje, com as lentes esclerais e semi-esclerais, conseguiu-se juntar o conforto com a visão nítida, esclarece a Dra. Juliana. Outra forma de tratamento é o anel intracorneano ou anel de Ferrara. “Introduzimos segmentos de anel (semicírculos) em cada lado da córnea, e a esticamos”, continua. Hoje em dia existem mais de 40 modelos de anel, dependendo do formato do cone a ser corrigindo, levando a uma visão muito melhor. Nem o anel e nem a lente interrompem a evolução desta condição, mas o crosslinking do colágeno, sim.

Então, com o diagnóstico precoce, controle da alergia associada, crosslinking e uso de lentes ou implante de anéis, o paciente com Ceratocone pode levar uma vida praticamente normal.

Fonte: Portal SEGS

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