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Cloroquina, usada contra a malária, será testada para tratar coronavírus nos EUA

Enquanto a COVID-19, doença causada pelo coronavírus, se espalha ao redor do mundo, cientistas publicam resultados preliminares de suas pesquisas a respeito de medicações que podem ajudar a tratar os pacientes. Um medicamento passou a chamar a atenção nesta quinta-feira (19), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que a FDA, agência equivalente a Anvisa, teria aprovado o seu uso para o tratamento da doença no país: a hidroxicloroquina.

A hidroxicloroquina é um medicamento antigo, utilizado para tratar a malária desde 1944 – ou seja, há 76 anos. A droga também é utilizada para ajudar pacientes com artrites reumatoides. Ela se junta agora a outros tratamentos experimentais como interferon, lopinavir/ritonavir (usados para combater infecções pelo HIV) e remdesivir.

Em todos os casos, não se trata de uma droga definitiva, mas que estão mostrando resultados promissores. O medicamento foi citado, inclusive, pelo Dr. João Prats, infectologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo, que conversou com o Gizmodo Brasil na semana passada.

“A gente não tem nenhum trabalho científico publicado sobre os efeitos de drogas A ou B em seres humanos a respeito do coronavírus. Uma das drogas que pode ter um efeito interessante é o Interferon, mas veja, tem cientista testando Interferon, tem gente tentando Cloroquina, tem gente tentando Lopinavir que é um remédio do HIV, tem o Remdesivir que parece bastante promissor. Não tem nada conclusivo, a recomendação atual é que não se use nenhum tratamento desses ainda, só em protocolo de pesquisa”, disse.

Trump disse durante a coletiva de imprensa que a droga antimalária seria disponibilizada “quase que imediatamente” e que ela “foi aprovada pela FDA”. No entanto, a CNBC aponta que diversos jornais americanos noticiaram que a agência americana não tinha aprovado a hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus no país. Nesta quarta-feira (18), a Bayer anunciou uma doação do medicamento para os EUA.

“É importante não dar falsas esperanças”, disse o Comissário da FDA, Stephen Hahn, na coletiva da imprensa da Casa Branca. “Mas Trump nos pediu para sermos agressivos e conseguirmos um tratamento animador e que salve vidas, e estamos fazendo isso na FDA”, disse Hahn.

A Organização Mundial de Saúde, no entanto, disse no mês passado que “não há provas” de que o medicamento seja eficaz no tratamento do coronavírus.

Os estudos científicos apontam para resultados promissores. Um artigo publicado na revista Nature aponta que o remdesivir e a hidroxicloroquina se mostraram competentes no tratamento.

O professor Didier Raoult, especialista em doenças infecciosas e diretor do Instituto Mediterrâneo de Infecção de Marselha, realizou uma pesquisa em 36 pacientes infectados com coronavírus e também viu bons resultados.

Ele publicou um artigo que detalha um experimento de 6 dias com pacientes que utilizaram hidroxicloroquina e hidroxicloroquina combinado com azitromicina.

Desses 36 pacientes, 16 estavam no grupo de controle e não tomaram as drogas. Apenas 2 deles ficaram sem o coronavírus após os 6 dias. Outros 14 pacientes tomaram apenas hidroxicloroquina e 8 ficaram sem a doença (57,1%). Por fim, 6 pacientes tomaram hidroxicloroquina e azitromicina e todos foram curados.

Leia a matéria completa.

Fonte: G1

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