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Covid mata mais do que trânsito em 2019 em Rio Preto

O coronavírus já matou em três meses mais pessoas do que o trânsito em todo o ano passado em Rio Preto. A doença também já fez mais vítimas na cidade do que dengue, assassinatos e vírus influenza, incluindo H1N1, em 2019. O número de mortos por coronavírus só não ultrapassa as mortes por câncer, que só no ano passado matou 338 pessoas em Rio Preto, segundo dados do Datasus, do Ministério da Saúde.

O levantamento feito pelo Diário, com base em dados do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga), mostra que em todo o ano passado 74 pessoas morreram em Rio Preto vítimas de acidentes de trânsito; em contrapartida, desde do dia 4 de abril, quando foi confirmada a primeira morte por Covid na cidade, 80 pessoas já morreram vítimas da doença. Quando comparado com o número de assassinatos, a diferença é ainda maior. Dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo indicam 24 registros de homicídios dolosos nos 12 meses do ano passado.

Em relação à dengue, o coronavírus também já matou mais. Comparado com o ano passado, quando Rio Preto viveu a pior epidemia de dengue da história, com 33 mil casos e 19 mortes, a Covid-19 apresenta taxa de letalidade 50 vezes maior – 3,04% do coronavírus contra 0,06% de dengue.

Rio Preto também já tem mais casos confirmados de Covid-19 do que Paraguai e Uruguai. Segundo a Secretaria da Saúde, nesta terça-feira, 30, a cidade chegou a 2.626 casos positivos da doença e 80 mortes. Já o Paraguai, com aproximadamente 7 milhões de habitantes, contabiliza 2.191 casos de coronavírus e 16 óbitos. O Uruguai, com 3,5 milhões de habitantes, possui 932 casos e 27 mortes pela doença. Os dados são da Universidade Johns Hopkins, que levanta o número de casos em todo o mundo.

Durante coletiva de imprensa na manhã dessa terça-feira, 30, o secretário da saúde de Rio Preto, Aldenis Borim, atualizou o número de mortes na cidade. Foram mais duas: um homem de 48 anos e uma mulher de 83, ambos com doenças crônicas.

“Esse grande número de óbitos se deve à compensação com outras comorbidades. Se você tem um diabético, qualquer doença associada, principalmente as infecciosas, vão tender a descompensar [o quadro de saúde], porque houve a infecção. Por exemplo, um diabético que sofre um acidente de carro, se ele tiver o mesmo tipo de lesão do indivíduo que não tem diabete, a possibilidade dele vir a óbito é muito maior”, explicou Borim, sobre a maior parte das vítimas de coronavírus terem comorbidades.

O secretário também destacou o percentual de positividade para a Covid-19. Nas últimas três semanas, a média tem sido de 30%, ou seja, de cada cem pessoas testadas 30 apresentaram resultado positivo para coronavírus. “Esse percentual de positividade nos dá uma indicação quase que direta do que está acontecendo com a população. O número é alto, 31% de positividade, porém estável. Assusta o número, mas pelo menos ocorreu uma estabilização”, disse Borim.

Além dos 25 novos casos e mais duas mortes, a cidade chegou a marca de 1.608 pessoas curadas da doença. Até a última atualização, 218 pessoas estavam internadas se tratando da doença, sendo 78 na UTI e 140 na enfermaria.

Hospitais

A Santa Casa de Rio Preto chegou a 85% dos leitos da enfermaria ocupados e 65% nos da UTI nesta terça-feira, 30. No Hospital de Base, até o final da tarde, a enfermaria estava com 28,1% do total de sua ocupação e a UTI com 48,7%.

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Fonte: Diário da Região

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