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Estudo monitorará impacto da pandemia na saúde mental de 4 mil pessoas

Pesquisadores monitorarão o impacto do distanciamento social e da pandemia causado pelo novo coronavírus na saúde mental de 4 mil pessoas do estado de São Paulo. O objetivo do estudo é avaliar os efeitos da maior carga de estresse – seja por mudanças de hábito, luto, incertezas econômicas ou risco de contágio – tanto na população saudável quanto em pessoas com transtornos como depressão e ansiedade.

“Ainda é cedo para avaliar, pois estamos no começo do estudo. No entanto, o que percebemos até agora é que a pandemia e a quarentena têm funcionado como uma espécie de catalisador, sobretudo quando se trata de saúde mental. Basicamente, o que já não estava lá tão bem, tende a piorar. Por outro lado, fatores considerados positivos podem também ser reforçados”, diz à Agência Fapesp André Brunoni, professor da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador da pesquisa.

O acompanhamento da saúde mental durante a pandemia integra o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto – ELSA Brasil, que monitora a saúde de 15 mil funcionários públicos de seis universidade e centros de pesquisa do país desde 2008.

O projeto multicêntrico, que investiga a incidência e os fatores de risco para doenças crônicas, como as cardiovasculares e o diabetes em seis estados do país, tem financiamento do Ministério da Saúde. O Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP coordena a pesquisa em São Paulo, sendo responsável por um terço dos participantes do estudo.

Apoio

O monitoramento da saúde mental durante a pandemia será realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), apenas com os participantes do ELSA no território paulista – todos eram servidores ou aposentados da USP quando a pesquisa começou e têm idade entre 35 e 74 anos. A coleta de informações será realizada até dezembro de 2020 e a previsão é de que a análise do estudo completo dure dois anos.

Questões relacionadas à saúde mental na pandemia têm sido investigadas desde o surgimento da COVID-19 na cidade chinesa de Wuhan. Porém, de acordo com Brunoni, um dos diferenciais da pesquisa do ELSA, em relação à maioria dos estudos que estão surgindo, está no fato de as pessoas pesquisadas serem monitoradas já há vários anos.

“Em outras palavras, trata-se de um estudo de coorte, que é considerado mais robusto do que estados de prevalência, os quais fazem apenas uma avaliação pontual sem conhecer o histórico psiquiátrico do sujeito”, diz o pesquisador.

A cada onda da pesquisa, realizada desde 2008 e atualmente indo para a quarta onda, os participantes fazem exames e entrevistas nas quais são avaliados aspectos como condições de vida, diferenças sociais, relação com o trabalho, gênero e especificidades da dieta da população brasileira.

“Com isso é possível saber não só se a pessoa tem a sensação de estar mais ou menos estressada, deprimida ou ansiosa. É possível comparar com antes da pandemia, saber quanto mudou e ir além de uma análise do estado agudo na quarentena e saber quanto é esse impacto”, completa.

Saiba Mais:

Fonte: Governo do Estado de São Paulo

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