Rosa e branco ou cinza e verde? Essa é uma das perguntas que mais está sendo feita depois que a foto de um tênis com coloração duvidosa viralizou nas redes sociais. Dessa vez, a foto veio com uma informação a mais, dizendo que o suposto motivo pelo qual as pessoas viam a imagem com cores diferentes estaria relacionado ao lado predominante (direito ou esquerdo) do cérebro de cada um. “Já viram esse teste? Pessoas com dominância do lado esquerdo do cérebro enxergam tênis cinza e verde. As com dominância do lado direito enxergam rosa e branco”, diz a mensagem que circula nas redes sociais.
A dúvida sobre a cor do calçado não ficou apenas nas telas do computador ou do celular. Também chegou às ruas, e as opiniões se dividem. Algumas pessoas afirmam ver o tênis na cor rosa com o cadarço e detalhes em branco. Já outras juram que o caçado é verde com cadarço e detalhes cinza. E há aquelas também que, à primeira vista, veem uma cor e, ao olhar a foto novamente, com mais calma, passam a enxergar outra. “É a mesma foto? Eu estava vendo cinza com verde e agora parei para olhar novamente e vi o tênis rosa e branco. Que coisa mais estranha”, se impressiona Natália Canevazzi, 30 anos.
A cor original do tênis é rosa e branco, mas o professor da Faceres e neurologista Fábio Henrique Limonte explica que não há embasamento científico que explique a polêmica da foto. O fato de cada pessoa enxergar o tênis de uma cor pode estar relacionado a uma simples ilusão de ótica. “O que acontece com esses testes é que existem cores contrastantes próximas umas das outras e que não são bem definidas, podendo dar esse tipo de interpretação variando de uma pessoa para outra. Cada pessoa pode, olhando de forma rápida, ter uma interpretação e, ao olhar mais cautelosamente, ter outra interpretação”, explica.
Ainda segundo o neurologista, outra explicação para as diferentes percepções das cores da foto está ligada à maneira com que o cérebro de cada um recebe e interpreta a imagem. “A gente reconhece as cores através do estímulo luminoso que bate em alguma foto, ou em algum objeto, e isso é captado nos nossos olhos pela retina, especificamente nas células dos cones. Lá tem a captação desse pigmento da cor e isso é enviado até o córtex no cérebro. E lá é feita uma interpretação da cor e da imagem que a gente está visualizando. Cada pessoa tem uma forma de captação dessas cores”, acrescenta Limonte.
Fatores externos, como a quantidade de luz, se a foto está sendo vista em um computador ou no celular, a posição do objeto e a cor do fundo da imagem são alguns elementos que também podem influenciar na percepção das cores e gerar essa variação. “A cor que percebemos é altamente influenciada pela luz que entra nos nossos olhos. E é esse contexto que vai provocar a nossa experiência de cores. A mudança de cor ao olhar em outro momento recebe interferência da luz do ambiente em que estamos e do dispositivo”, explica o oftalmologista Sérgio Grecca, responsável pelos departamentos de oftalmologia geral, plástica ocular, vias lacrimais e órbitas, do D’Olhos Hospital Dia.
O mistério envolvendo peças de vestuários e suas cores não é de hoje. Em 2015 a foto de um vestido gerou polêmica entre os usuários das redes sociais ao questionar se a peça de roupa era dourada ou azul.
Fonte: Diário da Região
