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Rio Preto bate recorde de casos e mortes pela Covid

Cidade confirmou nesta terça 15 óbitos e 613 ocorrências da doença

A Secretaria de Saúde de Rio Preto confirmou nesta quarta-feira, 29, mais 15 mortes provocadas por coronavírus – o recorde divulgado em um único dia. A cidade contabiliza 234 vidas perdidas para a Covid-19, sendo 154 delas apenas em julho – é como se neste mês, a cada dia, cinco pessoas tivessem perdido a batalha para a infecção. O pico, segundo a Saúde, começou neste mês, e a previsão é que decline em agosto.

De acordo com o Departamento de Informática do SUS (Datasus), em três anos (2016, 2017 e 2018), os dois tumores que mais matam homens e mulheres – próstata e mama – foram responsáveis por 235 mortes de pacientes rio-pretenses. Em 36 meses, um óbito a mais do que a quantidade provocada pelo coronavírus em quatro meses e meio.

O número de casos confirmados também foi recorde nesta quarta-feira – foram 613 registros. No total, são 8.610 pacientes com contaminação confirmada até o momento, sendo que 6.229 estão curados (72%). Do total, 1.065 precisaram de hospitalização em algum momento, pois desenvolveram síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

De acordo com a Saúde, nem mortes nem casos representam todos necessariamente ocorrências das últimas 24 horas – segundo Andreia Negri Reis, gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica, eram aguardados resultados de exames que estavam no laboratório há vários dias. Na semana atual, por exemplo, a 31, foram contabilizadas 21 mortes e 284 casos. Aguardar os resultados, no entanto, é uma situação diária e mesmo assim os números são recordes. A pasta também argumenta que está testando bastante pacientes, por isso o número absoluto de casos é grande.

A taxa de letalidade em Rio Preto é de 2,7%, mais baixa que a do Estado e que a do Brasil. Embora a previsão seja de que o platô (estabilidade) tenha sido atingido e que em agosto os números comecem a declinar, segundo o secretário de Saúde, Aldenis Borim, não é possível saber ao certo se isso vai acontecer. “Estamos em circulação viral. Tem cidades que com 21 dias de platô começou a cair e teve uma descendência importante. Já São Paulo demorou dois meses”, afirma. “Nós ainda não detectamos nenhum indício de queda.”

Borim diz que a maior preocupação são os leitos. “O sistema até agora deu conta, não ficou ninguém sem atendimento ou tratamento, mas estamos precisando de leitos de enfermaria, para pacientes menos graves e moderados”, afirma. Há intenção de abrir mais vagas, em um local ainda a ser definido e de preferência que não comprometa ainda mais o atendimento de pacientes não-Covid.

Segundo o médico, um paciente em UTI pode ficar até 20 dias internado. Foram abertos 30 leitos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Jaguaré, sendo dez para casos graves e 20 para moderados, com possibilidade de ampliação. Segundo a Saúde, nesta quarta a unidade já estava mais que lotada – havia 33 pacientes, sendo quatro intubados.

Em Jaci, para onde estão sendo transferidos moradores de Rio Preto por meio de uma parceria com a Prefeitura, são 18 leitos de enfermaria e dez de UTI. Nesta quarta, a lotação era de 17 e sete, respectivamente.

Segundo a Saúde, nesta terça-feira, 28, havia 311 pacientes internados, uma queda em relação ao dia anterior, mesmo com 54 novas notificações de SRAG em 24 horas. É preciso considerar, no entanto, que além das altas, alguns pacientes morrem, por isso vagam os leitos. Dentre o total de rio-pretenses internados, 190 tinham coronavírus confirmado, sendo que 108 estavam em enfermaria e 82 em UTI.

Andreia diz que é preciso reduzir a transmissão do vírus, pois embora a Saúde aumente a capacidade de atendimento, pode chegar um momento em que isso não será mais possível, e poderá faltar atendimento às pessoas.

Hospitais

Na Santa Casa, que atende pacientes de Rio Preto, existem 38 leitos de UTI, sem possibilidade de ampliação devido ao espaço físico, e 59 de enfermaria. O Hospital de Base, que atende também moradores da região, possui respectivamente 280 e 117, e quer aumentar a capacidade da UTI. Segundo a diretora-administrativa do HB, Amália Tieco, a intenção é buscar credenciamento junto ao Estado. “Estamos no pico e precisamos trabalhar com uma margem mais tranquila de taxas de ocupação. Taxas em torno de 80% a 85%, que são nossa média, sendo que somos referência para 102 municípios e para Rio Preto, é uma situação preocupante e precisa de uma solução imediata”, considera.

Segundo o governo do Estado, a taxa de internação na UTI no Departamento Regional de Saúde (DRS) é de 80,7%. Na enfermaria, 53,5% dos leitos estão ocupados.

Bady registra duas mortes

Além de Rio Preto, sete cidades da região registraram óbitos por coronavírus. Bady Bassitt confirmou mais dois nesta quarta-feira, 29, chegando a 13. Em Ibirá, um idoso de 68 anos não resistiu à doença – são quatro vítimas no total. Bebedouro registrou a 18ª morte – não foi divulgado o perfil.

Catanduva também registrou mais dois óbitos, de uma idosa de 94 anos e em um idoso de 68. A cidade totaliza 45 mortes. Jales confirmou o sétimo óbito, de uma idosa de 80 anos. Em Olímpia, a décima vítima era uma idosa de 73 anos que tinha comorbidades.

Barretos contabilizou mais dois óbitos, chegando a 76. As vítimas eram idosas, uma de 78 anos e outra de 83, ambas com comorbidades.

Reforma no Butantan

O Estado de São Paulo abriu um processo para arrecadar fundos de até R$ 130 milhões para investir na reforma de uma fábrica do Instituto Butantan. A meta é permitir que a capacidade de produção de vacinas do instituto passe de 60 milhões para 100 milhões de doses por ano. O instituto participa do desenvolvimento de uma vacina que vem sendo testada para o combate ao coronavírus, em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech.

Segundo o governador, João Doria (PSDB), empresários de São Paulo já se comprometeram a doar R$ 96 milhões para esse objetivo. A vacina, caso se mostre eficiente no processo de testagem que ainda está em início no País, terá de ser aplicada em duas doses para ser eficaz na prevenção da Covid-19. Por isso, com a atual capacidade, o Butantan não teria como atender todo o País.

Doria afirmou ainda que há conversas sobre a exportação da vacina, se ela passar nos testes, para países vizinhos da América do Sul. O presidente do Butantan, Dimas Covas, disse que a vacina poderá estar pronta no começo do ano que vem, caso passe nos testes. A Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) é um dos 12 centros que vão testar a vacina.

Covas voltou a afirmar que, por ser feita a partir de uma tecnologia já conhecida, a vacina chinesa poderia ser produzida com maior rapidez. “A vacina tem grande chance de ser introduzida muito rapidamente para vacinação em massa, e o Brasil tem grande chance de ser um dos primeiros países onde isso venha acontecer”, disse.

(Agência Estado)

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Fonte: Diário da Região

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