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Rio Preto inicia segunda fase de testes da vacina contra Covid

Até o momento, nenhum participante dos testes registrou intercorrências.

Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) iniciou nesta segunda-feira, 24, a aplicação da segunda dose da vacina chinesa contra o coronavírus, a CoronaVac, em voluntários recrutados para participar do estudo em Rio Preto. Por aqui, cerca de 400 profissionais de saúde, que estão na linha de frente de combate à Covid-19, devem participar dessa terceira e última etapa de testes do imunizante em humanos. Os testes, promovidos pelo Instituto Butantan, serão aplicados em até nove mil voluntários brasileiros, distribuídos em 12 centros de pesquisa do País.

Em Rio Preto, até nesta terça-feira, 25, quatro profissionais da saúde que tomaram a vacina no início das aplicações, em 7 de agosto, voltaram ao centro de pesquisa da Famerp, na Vila Toninho, para tomar a segunda dose do imunizante – todos os voluntários receberam duas doses do imunizante ou placebo (sem efeito) num intervalo de 14 dias.

O médico anestesista da Santa Casa de Rio Preto João Casalla, de 41 anos, foi um dos profissionais que retornaram para receber a segunda dose. “Fui submetido a novos exames de sangue, exame PCR (teste de Covid-19), além de sinais vitais. Após isso recebi nova dose da vacina, no outro braço”, afirmou o profissional.

Responsável por intubar pacientes doentes por infecção do coronavírus no hospital, Casalla contou que entregou o primeiro diário com as informações que registram se nos primeiros 14 dias o voluntário teve febre, dor no corpo, vermelhidão ou qualquer outro sintoma de Covid-19. “Não tive nada”, disse. “Continuo sendo avaliado com um novo caderno sobre dor, sinais, sintomas”, afirmou.

Daqui outros 15 dias, o voluntário volta ao centro, onde deve ser reavaliado pelas equipes médica e de enfermagem envolvidas no estudo. “Tudo muito criterioso”, afirmou.

A médica do Hospital de Base (HB) Gabriela Leopoldino também tomou a segunda dose. “Coletaram novos exames e aplicaram a segunda dose. Muito organizado e sério”, afirmou.

O médico virologista da Famerp e coordenador dos testes em Rio Preto, Maurício Lacerda Nogueira, afirmou que até o momento não houve nenhuma intercorrência com os voluntários. “Tudo dentro da normalidade, dentro do esperado”, disse.

Nogueira informou que a segunda dose dos testes será realizada junto com a aplicação da primeira dose, já que nem todos os participantes iniciaram a imunização – após a primeira aplicação, são necessários 14 dias de intervalo. A Famerp não informou quantos voluntários já receberam a primeira dose. A previsão é finalizar as aplicações no final de setembro.

Sobre o aproveitamento dos voluntários, Nogueira diz estar muito satisfeito. “Até aqui apenas um candidato não pôde ser voluntário porque estava com IgG (anticorpos para Covid) positivo”, explicou.

A CoronaVac é uma das mais de 130 vacinas contra o coronavírus desenvolvidas no mundo e uma das três em testes no Brasil. Esse último ensaio clínico vai verificar eficácia, segurança e o potencial do medicamento para produção de respostas imunes.

Se aprovado, o Butantan deve firmar acordo com o laboratório chinês para transferência de tecnologia e produção em escala industrial tanto na China como no Brasil.

Teste de remédio com anticorpos

A empresa farmacêutica do Reino Unido AstraZeneca começou a testar um coquetel feito com anticorpos para prevenção e tratamento da Covid-19 em mais um esforço na produção de soluções médicas contra a doença.

A empresa, cuja candidata a vacina contra o novo coronavírus é uma das seis na última fase de desenvolvimento no mundo, afirmou que o estudo vai avaliar se o AZD7442, uma combinação de dois anticorpos monoclonais, é seguro e tolerável com a aplicação em até 48 participantes saudáveis de 18 a 55 anos.

Se esse teste em estágio inicial, realizado no Reino Unido, apresentar resultados positivos, a AstraZeneca declarou que vai iniciar os estudos maiores do coquetel tanto para prevenção da Covid-19, como para tratamento da doença.

O desenvolvimento de anticorpos monoclonais contra o vírus está sendo realizado por outras farmacêuticas, como Regeneron, Eli Lilly, Roche e Molecular Partner. Na segunda-feira, 24, o diretor-geral assistente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Bruce Aylward, disse que o tratamento é promissor e, se comprovada eficácia e segurança, pode ser utilizado como substituto de uma possível vacina para grupos em que o imunizante não for apropriado.

Esses anticorpos produzidos em laboratório imitam as células de defesa naturais do corpo, para lutar contra infecções. Atualmente, é usado para tratar doenças crônicas, como alguns tipo de câncer.

(Agência Estado)

Os testes

  • A Coronavac é produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac. É baseada na manipulação em laboratório de células humanas infectadas com o coronavírus
  • Doze centros de pesquisas estão fazendo os estudos clínicos no Brasil da Coronavac, entre eles o Laboratório de Virologia da Famerp.
  • A vacina será aplicada em nove mil voluntários no País – cerca de 400 pela Famerp, em Rio Preto
  • Os testes por aqui começaram no dia 7 de agosto
  • Voluntários são profissionais de saúde da rede pública ou privada, que trabalham na linha de frente de combate à Covid
  • Eles não podem ter testado positivo para Covid-19, não podem ter doenças instáveis – que afetem a resposta imune – ou distúrbios de coagulação;
  • Quatro voluntários já tomaram a segunda dose, que começou a ser aplicada nesta segunda-feira.

Fonte: Diário da Região

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