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Rio Preto testa menos da metade dos casos notificados

Dentre os casos notificados com sintomas de síndrome gripal em Rio Preto, apenas 48% são testados para o coronavírus. Até o momento, são 2.004 casos de pessoas que tinham febre e algum sintoma respiratório, como tosse e espirros. Desse total, 1.056 pacientes não foram testados porque tinham sintomas leves. Desta forma, ainda que não haja uma subnotificação, pois todos os casos de gripe que passam pelas unidades chegam às estatísticas, podem existir mais casos de Covid-19 do que os que foram confirmados.

Até esta quinta-feira, 16, Rio Preto tem 64 casos confirmados e 782 descartados – em todos esses foram feitos testes -, além de 102 ainda aguardando resultados de exame. A cidade confirmou na tarde desta quinta-feira, 16, a quarta morte provocada pela doença.

A testagem é feita pelo Hospital de Base e Famerp e pelo Instituto Adolfo Lutz de Rio Preto. Atualmente, passam por exames os pacientes internados e aqueles com sinais de gravidade (como falta de ar e saturação baixa) e profissionais da saúde, para que possam retornar ao trabalho logo caso os resultados sejam negativos. A Saúde admite que não há possibilidade de testar todas as pessoas sintomáticas, alegando que desta forma faltariam exames para as pessoas que mais precisam – quando é importante descobrir se o paciente tem gripe ou coronavírus, por exemplo, para definir o tratamento. Se é H1N1, o protocolo recomenda um antiviral, já se é Covid-19 a conduta é outra.

Segundo Aldenis Borim, secretário da Saúde, há cerca de 900 exames contratados junto à Funfarme que ainda não foram feitos. Alguns estão sendo realizados pelo Instituto Adolfo Lutz de Rio Preto, depois que a Secretaria de Estado da Saúde disponibilizou verba para este trabalho. De acordo com Andreia Negri Reis, gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica, os testes contratados são suficientes para o momento epidemiológico atual, mas se for necessário mais poderão ser adquiridos junto ao HB.

Por enquanto, Rio Preto não utiliza o teste rápido, que rastreia os anticorpos, pois ele pode gerar um resultado falso negativo, já que quando realizado o organismo pode não ter tido tempo de produzir os anticorpos ainda. O exame usado é o que procura pelo vírus no material respiratório coletado do paciente.

De acordo com Borim, mais pessoas deverão ser testadas a partir da próxima semana, já que houve flexibilização de abertura de parte do comércio. As regras para essa testagem estão sendo estabelecidas. “O Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus está estabelecendo as diretrizes de quem vai colher. Não vamos colher de todos com síndrome gripal, não temos ‘perna’ para isso. Vamos ter uma amostra importante, que possa ser projetada para a população como um todo”, explica Borim.

Segundo Andreia, a positividade dos testados variou de 5% a 15% nas últimas semanas – assim, estima-se que até 15% dos 1.056 notificados com síndrome gripal possam estar com Covid-19 – ou seja, são até 158, quase o dobro do número oficialmente confirmado. “O restante são outros vírus respiratórios, no entanto a amostra semanal não é significativa estatisticamente para que possamos extrapolar as inferências à população, mas nos dá uma visão para traçar estratégias”, explica a enfermeira.

De acordo com a Prefeitura, a maioria das notificações de síndromes gripais (87,3%) é de pessoas com menos de 60 anos. Embora não representem o principal grupo de risco, dentre elas há portadores de comorbidades, que podem desenvolver formas graves da doença, e jovens e saudáveis também podem ser acometidos por formas severas de gripe e Covid-19, além de serem grandes transmissores dos vírus.

Maurício Lacerda Nogueira, virologista da Famerp, reforça a necessidade de isolamento social e de as pessoas manterem-se em casa se não tiverem a necessidade de saírem para trabalhar. “Temos que manter nosso número de casos perto do que somos capazes (de atender nos hospitais). Esse ajuste do município vai ser monitorado muito fortemente pelo Comitê utilizando ferramentas científicas e de vigilância”, afirma.

Ele ressalta que o número de casos confirmados nas próximas semanas e o comportamento da curva vão definir as próximas decisões, que podem ser de maior abertura para o comércio ou de restringir a circulação de pessoas.

Pesquisa

Na próxima semana, deve começar a pesquisa que tem o objetivo de descobrir como a epidemia irá se desenhar em Rio Preto. Serão testados de mil a 1,2 mil pacientes, em uma parceria da Secretaria de Saúde com a Unesp. O Comitê de Enfrentamento estuda mudar alguns dos critérios estabelecidos inicialmente.

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Fonte: Diário da Região

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